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[RESENHA] Menina Má- William March (2016, editora DarkSide Books)

(Foto: por Mariana Ferreira)
Oii pessoinhas, hoje quero apresentar a vocês um livro que esteve em minhas cabeceira recentemente: Menina Má, de William March.
Sinopse (retirada do skoob):

Publicado originalmente em 1954, MENINA MÁ se transformou quase imediatamente em um estrondoso sucesso. Polêmico, violento, assustador eram alguns adjetivos comuns para descrever o último e mais conhecido romance de William March. Os críticos britânicos consideraram o livro apavorantemente bom. Ernest Hemingway se declarou um fã. Em menos de um ano, MENINA MÁ ganharia uma montagem nos palcos da Broadway e, em 1956, uma adaptação ao cinema indicada a quatro prêmios Oscar, incluindo o de melhor atriz para a menina Patty McComarck, que interpretou Rhoda Penmark.
Rhoda, a pequena malvada do título, é uma linda garotinha de 8 anos de idade. Mas quem vê a carinha de anjo, não suspeita do que ela é capaz. Seria ela a responsável pela morte de um coleguinha da escola? A indiferença da menina faz com que sua mãe, Christine, comece a investigar sobre crimes e psicopatas. Aos poucos, Christine consegue desvendar segredos terríveis sobre sua filha, e sobre o seu próprio passado também.
MENINA MÁ é um romance que influenciou não só a literatura como o cinema e a cultura pop. A crueldade escondida na inocência da pequena Rhoda Penmark serviria de inspiração para personagens clássicos do terror, como Damien, Chucky, Annabelle, Samara, de O Chamado, e o serial killer Dexter.


Rhoda Penmark é uma criança perfeita, perfeitinha mesmo. Tão perfeita a ponto de prender e cativar a todos os adultos à sua volta- e ser odiada por outras crianças de sua idade. Ninguém imagina que, por dentro, a garota tem traços de assassina, ou, que é mesmo uma de fato.  A frieza e o calculismo da linda bonequinha é visto como "inocência de criança", apenas, pelos adultos à sua volta. Como alguém poderia suspeitar? Depois de ler o livro, talvez fiquemos um pouco com medo de confiar em crianças muito fofinhas (hahahaha brincadeirinha). 

Ser a número 1 em tudo, este era, certamente, um legado que a pimpolha levava em sua vida. Uma criança extremamente inteligente, independente e centrada (mais até do que um adulto comum). Assim podemos definir a pequena Penmark, em poucas palavras. Ela era uma competidora nata na vida, com sede de poder- importando apenas o fim, a conquista, e não os meios para chegar aonde quisesse. Bom, é claro que estamos falando de uma criança de 8 anos- não me esqueci disto. Entretanto, é assustador, de todo modo. O por quê disso? Falha de criação, por parte dos pais? Um comportamento compulsivo que, supostamente ninguém notaria? Herança genética? Não dá para definir à primeira vista, a mente é muito complexa, até mesmo para os profissionais e cientistas mais dedicados da área.

Vamos falar da sra. Penmark, a mãe da menina. Christine era uma mulher jovem, muito bonita e muito branda em seus modos. Ao descobrir que sua filha é uma psicopata infantil, fica perdida entre seu instinto maternal (de proteger e acolher a filha) ou de optar pelo caminho da moral, visando a sociedade. Por que motivo uma menininha mataria um coleguinha de escola? Como Christine contaria ao marido, que tinha viajado a trabalho, o que sua filha tem feito? Ao longo da trama, é destrinchado o passado da sra. Penmark e aí, na cabeça do leitor, tudo começa a fazer sentido- ou quase tudo. Existe mesmo uma semente de maldade que carregamos em nós?

Devemos notar o contexto da narrativa. Em meados dos anos 50, o mundo havia acabado de passar por uma guerra (2ª guerra mundial), então, todos os traumas causados eram recentes. As pessoas desconfiavam de tudo e de todos ao redor. Neste período, vemos que, em meios midiáticos, falava-se muito das crueldades cometidas pelos nazistas e por seus aliados e simpatizantes. Temos, então, a forte aparição da figura do assassino em série, ou do psicopata- por exemplo, o médico Joseph Mengele, mais conhecido por ter feito experimentos científicos (cruéis) em crianças. Não sei se posso chamá-lo de assassino em série, mas o que ele fez, uma pessoa em sã consciência, que respeita a moral e a integralidade de outras pessoas, dificilmente faria. Há muitos psicopatas na história, mas este me veio primeiro à memória para citação.

Remetendo ao livro da Menina Má, a figura do psicopata aparece como alguém que não reconhece um mal que faz como algo errado, não sente culpa ou remorso por cometer um grave delito. Quando Rhoda confessa para a mãe o que fez, ela fala com naturalidade. Sua mãe chega ao ponto de quase enlouquecer e diz a garota que aquilo fica como um segredo entre as duas. Christine está presa no terror deste dilema.

O livro é um enigma, desperta no leitor uma certa instabilidade, deixando-o  sedento para saber o que acontece no fim. Nisso, todas as possibilidades vão se reduzindo até chegarmos no extremo do conflito e ver que não há outra saída. Depois de chegar ao fim, será muito difícil confiar em uma criança, ou vê-la como um ser totalmente puro ou inocente, de novo.



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