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[Livro] A Apologia de Sócrates (Platão)- BOX "O Essencial da Filosofia Grega"

Fonte: Google



APOLOGIA DE SÓCRATES E CRÍTON

O livro é uma das obras presentes no Box "O Essencial da Filosofia Grega", da editora Hunter Books. O Box é composto por três livros, todos bastante didáticos e práticos, sem perder a essência e a linguagem utilizada pela filosofia, pela dialética. Narra, também, o diálogo de Sócrates com seu amigo (ou discípulo, como era dito pelos acusadores do primeiro) Críton, que tentava convencer o filósofo de fugir do julgamento e escolher o exílio (o que não teve sucesso, Sócrates preferiu ficar e ser honesto, ou um cidadão de honra até o fim de seus dias).

Número total de páginas: 91
(Contém um glossário ao fim do livro)
Editora: Hunter Books
ISBN: 978-85-65042-20-8

APOLOGIA DE SÓCRATES

A Apologia de Sócrates traz a metodologia que o mesmo utilizava para produzir ideias e fazer funcionar uma ferramenta preciosa para nós: a mente, a razão, e partir em busca da verdade- deixando o senso comum de lado, questionando a mitologia.

Sócrates era considerado um criminoso: fora acusado por corromper a juventude de Atenas. Um incômodo. Uma ameaça a democracia ateniense. Era uma mente pensante, das poucas mentes pensantes de fato existentes no meio social. No livro, percebemos o quanto o mesmo possui de conhecimento, o quanto é capaz de produzir ideias e induzir outros cidadãos ao mesmo caminho.

Este fora caluniado por Meleto, Anito e Lincoln por CORROMPER A JUVENTUDE ATENIENSE, fazendo-os "descrer" nos deuses e  tornando-os propensos serem "loucos", insanos e cidadãos sem virtude.  Um dos seus acusadores até fez uma peça chamada "Aristófanes", cujo personagem fazia uma sátira a Sócrates - um homem que andava com a cabeça nas nuvens, um completo lunático. Uma calúnia, uma forma de constranger e oprimir o próximo- Isso não seria uma hipocrisia, quando esses tais acusadores se dizem tão preocupados com a integridade moral e mental de sua pátria, com a democracia, mas tirando o direito de falar de um cidadão- desonrando essa democracia? E o respeito com a questão da idade de Sócrates?  Então, expressar uma opinião, construir a mesma com o diálogo- e indagações, é uma afronta ao Estado? O que fizeram seus inimigos não foi "construir um pretexto", por ver Sócrates e sua metodologia como uma ameaça a seus postos de superiores, de renomados (ou a seus frágeis egos), para eliminar aquela mente ativa de seus caminhos? Eliminar a voz da verdade, por medo de serem desbancados e expostos perante a soberania e a sociedade ateniense? Pura covardia. É claro que ninguém irá responder a essas questões, cada cidadão é suficientemente apegado a sua vida para jogar tudo isso para o alto e se deixar levar pelas Leis (até a pena de morte).

Sócrates ainda menciona, como um adentro a sua mensagem de verdade, que não sabe de nada. Ninguém sabe de nada- nota: podemos ser autoridade em algum assunto ou ramo, mas ainda assim não saberíamos de tudo, continuaríamos não sabendo nada- isso denuncia a altivez e a prepotência de seus inimigos que se dizem tão sábios, tão cheios de conhecimento- que falam com a boca cheia e batem no peito por se considerarem gênios demais- quando na verdade só possuem calúnias. "Quanto mais se abre a boca para mostrar que sabe de algo, mais ignorante pode-se considerar um indivíduo" (dando a entender o que ele disse, em outras palavras mais simples). 
"Sou mais sábio do que esse homem, porque nenhum de nós parece saber nada grande e bom; mas ele se diz saber de algo embora saiba nada. Ao passo que eu, como não sei de nada, não digo saber." 
Nosso filósofo, no entanto, se manteve firme com sua opinião- não deixando transparecer o medo natural ou os anseios pela morte que todos temos- até, por ter tal idade (e estar mais próximo da morte, relativamente falando), não queria desonrar a si mesmo, sua família ou parecer um mero orador tentando comover a assembléia e o público geral ali presente para se livrar da sentença imposta, ao final, pelo juiz: A pena de morte. 
"Mas já é hora de irmos: eu para a morte, e vós para a vida. Mas quem vai para a melhor sorte, isso é segredo, exceto para os deuses."

CRÍTON

Sócrates, já condenado a pena de morte, se encontra na prisão- em Atenas- aguardando a aplicação da sua sentença. Dormindo, de repente acorda e se depara com Críton velando seu sono. 
"Quem: Sócrates e Críton
Onde: Na prisão, em Atenas 
 Sócrates: O que vieste fazer aqui a esta hora, Críton? Ainda é madrugada, não? 
Críton: Isso mesmo. [...]"
 Sócrates sonhou que os navios que traziam a ferramenta necessária para realizar sua morte (ou a cicuta- planta usada para fazer um veneno fortíssimo) e sonhou com uma mulher vestida de branco que lhes diz que a morte fora sua melhor escolha e que não há ao que temer. Críton lhe diz que os navios chegarão no dia seguinte.  Bom, daí se desenrolam diálogos (só que, dessa vez, por pessoas que dominam a dialética- arte dos diálogos). 

 Críton vai até Sócrates com o objetivo de convencê-lo a escapar da sentença que lhes fora dada, que ele deveria ter se utilizado do poder de persuasão de sua oratória e se salvado da pena de morte e que é muito egoísmo pensar apenas em si, em ser honesto e obediente as Leis, quando tem seus filhos ainda por criar.  Sócrates rebate dizendo que prefere ficar e cumprir as Leis, obedecer ao Estado- como sempre fizera como cidadão de bem- do que agir como covarde e fugir, romper com seus princípios e ser desonesto consigo mesmo e com a nação (reforça dizendo: ainda mais com idade que tem e proximidade com que se encontra com sua morte). Dá a entender que seria um desperdício de tempo, viveria sem vontade- se sentiria humilhado, pois jamais se calaria e se deixaria oprimir por seus inimigos, portanto, escolhe sua honra, sua fidelidade a seu método.

Críton, ainda insistindo, diz que seu amigo poderia ter uma vida melhor se exilado, com a garantia de que teriam conhecidos seus lá para receber e proteger a Sócrates e a sua família. Sócrates recusa, indaga a seu amigo se não seria covardia abandonar sua pátria, saindo do seu país para ir rumo ao estrangeiro e ser visto como "devedor", "fugitivo", "foragido" ou "desonrado". Seria visto como um ato desonesto perante a sua nação, seus superiores, até mesmo para os deuses. Essa escolha que fez Sócrates, de ficar e morrer segundo a condenação, seria uma proposta do divino- e seria o melhor caminho. Seria falta de virtude não seguir com isso. É pagar o primeiro dano (a injustiça) com outro dano: revogar sua pátria e, logo, seus direitos. Sócrates lança sua palavra final e aceita sua morte, afinal
   "Porque temer a morte, atenienses, nada mais é do que parecer sábio sem realmente sê-lo."

Enfim, é isso pessoal, espero que tenha conseguido sintetizar o conteúdo, mas não há prazer maior do que pegar o próprio livro e lê-lo (mesmo após ler o texto que está aqui). Recomendadíssimo! Até a próxima, caras mentes pensantes :) 







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