Foto: Neon love por Jez Timms / Reprodução |
Ele era todo melodia. Eu, distraída. Sua voz era doce como mel ao telefone. Sempre me protegendo, cuidando de mim. Em minhas tristezas, eu vizualizava seu rosto em meus sonhos. Era sempre assim. Eu gosto de você, que finge não saber. Quero ser alguém da sua família. Eu sinto verdade em suas promessas de cuidado. Você fez (o) nós.
Já não me importo com todas as fantasias e potenciais desilusões. Contradições, enrolações e reuniões. Os nós apertados se transformaram em nós. Tu em meu coração, e eu no seu. Agora não dá mais, nem a distância nos desatou. Somos nós, lembra? Você, como rio, desaguou em mim, já era. A água já não é mais a mesma calmaria, agora só há fortes correntezas. A sua respiração ao telefone me faz toda cachoeira. Uma bagunça que me toma de assalto.
É mais forte do que eu, me dá prazer em assumir. Me dói te ver sumir. Não vê como me deixa? Você é a própria distração. Que confusão. Você não esquece o quanto amo vinho e dou graças a Deus que não pode entender o porquê. Você só sente. Isso me arrebenta, você me arrebatou. Agora eu preciso de você, do seu sabor e da garrafa de vinho que prometeu. Já nem sei mais falar, só aprendo o que me ensina. Eu só sei falar do quanto gosto da sua voz e me enrolo no resto, porque simplesmente não sai.
Te odeio por isso, viu? Você me chama de boba quando digo como se escreve tal palavra (é amor; A-M-O-R, o nome disso). Isso não é amor, é roubo- uma pena que a polícia vai tirar sarro e não fará nada a respeito. Como desatar o(s) nó(s)? Você deveria saber, atrevido. não entendi como vim parar nesse lugar e como caí na sua armadilha. Trouxa? Eu? Prefiro ser chamada de inocente. Mas, ora ora o que temos aqui? Uma ligação. Eu não resisto e vou... atendi. Me fala como foi seu dia, te falo do meu e atamos mais um nó. Mas um para a coleção que temos. Melhor dizendo, que eu tenho.
Covarde melódico. Me fez tantas promessas e eu acredito em todas. Pena que não posso te ver ou tocar. Enquanto isso, bebo vinho. Deve ser o seu sabor. Ops, direção errada. Esbarrei de novo nos nós que são maiores que você, maiores do eu. Que somos nós, maiores que nós e qualquer barreira. Quando vem me ver? Não sabe? Venha logo e traga sua bagagem, que não vou te deixar ir embora tão cedo. Tá chovendo muito e tenho vinho na geladeira. Vem perto e sinta o gosto da minha respiração, vamos apreciar nosso momento. Atar e nunca desatar. Mesmo com uma dúzia de distância e tudo confuso. Nós fortes. Nós grandes. Nós juntos. Nós atados. Nós, apenas. Perdi a hora.
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