Desabafo

Fonte: Autor desconhecido

Hoje eu estou me sentindo mal, pra baixo mesmo. Sabe, algumas coisas mexem com a gente de uma maneira que, antes, o que parecia trivial se torna uma nuvem negra em nosso coração. Minha mente está anuviada, não sei o que fazer. Não quero optar por deprimir, mas eu não consigo me sentir feliz, agora.

E não é algo que eu queira simplesmente desabafar com um amigo, ou amiga. Não quero me expor, não quero ser vulnerável sempre. Por mais que haja várias possibilidades de comunicação, mais precisamente à distância- o que me permite poder chorar, xingar, espernear o quanto quiser, sem ser tachada de louca- não quero fazer outras pessoas absorverem meu problema ou sentirem pena de mim.

Não, camarada, não fica com dózinha de mim, não. Eu sou tão forte quanto você, você tem tantos problemas quanto eu tenho. Conflito interno é uma delícia, né? Aquele lance de se vitimizar não conta, também. Bom, vou colocar minhas cartas na mesa. Hoje eu estava indo para a faculdade e, no farol, encontrei uma colega. A gente tem o costume de conversar pela manhã, quando nos encontramos no ônibus ou na rua- além dos trabalhos em grupo na aula, mesmo não tendo intimidade de amigas.

Ela parecia estar meio estranha, não fez questão de conversar- e não foi a primeira vez que isso aconteceu. Beleza, até tentei ser compreensiva e dei de ombros- talvez ela esteja passando por algum problema pessoal, o que não é da minha conta. Mas sabe quando a pessoa parece fazer pouca questão de você? Ela, inclusive, me deu as costas e saiu andando.  Me senti mal pra caramba, não vou negar. Até pensei se fiz ou disse algo, mas lembrei de que não temos amizade uma com a outra- o que não muda nada em minha vida. Mas, ainda sim, me senti desprezada. Eu também estou passando por alguns problemas. A culpa é de quem? Talvez minha, por não estar sabendo lidar emocionalmente com a situação- fora isso, não é de ninguém.

Pode ser que eu tenha me sentido mal pelo fato de a colega ter me dado as costas- eu me deixei sentir menosprezada. Eu estou passando por uma fase ruim no meu relacionamento, também. Certas palavras machucam mais do que um tapa na cara, atitudes e intenções por trás dessas palavras podem ser fatais- e eu tenho muita dificuldade em esquecer esse tipo de coisa. Sabe quando a pessoa sabe que você não esquece e, ainda assim, faz questão de te dizer aquilo e um “pode lembrar”, pra esquentar ainda mais a situação? Machuca mais ainda.

Onde eu devo achar que ouvir Egocêntrica, Nariz Empinado, Paranoica, entre outros nomes, me faz bem? Sugiro que pergunte a si mesmo “Se eu disser tal coisa, vai me aproximar ou me afastar mais de tal pessoa?”- William Glasser adoraria saber que sua terapia da realidade, derivativa da Teoria da Escolha, está sendo aplicada nos relacionamentos.

Eu estou magoada, e, isso está me ajudando a distorcer certas coisas, até mesmo me questiono se tenho amigos ou amigas- ou se continuo sendo a amiga que “não cabe” dentro do círculo ou que não é interessante o suficiente para caber nessa amizade- a miguxinha que fica pra trás. Faz tanto tempo que não escrevo- e tenho tanta coisa para contar aqui nesse blog. Eu preciso desabafar um pouco mais- não quero me lamentar por nada. Não está sendo fácil, mas eu quero e vou superar isso- mesmo com a cara no chão da arena, como diria Brené Brown.